quarta-feira, 18 de junho de 2014



Filha, sábado você completa três anos. Sei que já faz um bom tempo que não volto ao blog pra escrever, mas é que sua mãe realmente gosta de arranjar muitas coisas pra fazer ao mesmo tempo... E daí, passam-se dias, semanas, meses sem registrar pra você como tem sido seu crescimento. Então, para comemorar essa data mágica que é o aniversário (e acho que você já está entendendo bem o quão mágica esse dia é!), o texto abaixo é uma tentativa de sintetizar nossos dias até aqui. Tentativa, pois sentimentos nunca são perfeitamente expressos em sua amplitude somente com palavras. Mas, vamos lá. Te amo,
Mamãe

Gigi, aos três anos

A menininha de três anos já não é mais um bebê. Isso, logo se nota em seu andar, ágil e charmoso (pois já deu adeus à fralda e também àquele desequilíbrio motor típico).
É também adorável quando quer convencer você de algo. E acompanhar sua linha de raciocínio quando essa pequena garota quer provar a importância vital de ganhar uma determinada boneca requer muita atenção (e um bocado de força para não esboçar uma risada e colocar abaixo toda a sua convicção de que, “não, mais uma boneca não é necessária em meio às outras dezenas que você já tem!”).
Já mostra uma certa vaidade e quer se pintar. Quando se pinta, põe batom na pálpebra, sombra na bochecha e blush na testa. E fica linda. Adora roupa nova e, no seu caso, gosta de repetir o exagero da maquiagem nas presilhas – sempre que vamos sair, teima em colocar umas cinco diferentes na cabeça, todas de uma vez (coisa que eu, habilmente, sem você perceber, vou retirando aos poucos até sairmos de casa).
Se me vê fazer as unhas, corre logo pegar seus dois únicos esmaltes. E me faz passá-los, um em cima do outro (a cor resulta sempre num lilás meio esquisitão). Aliás, de toda a gama de cores existente, adora a mesmice do rosa (ah, meninas!). Às vezes, muito raramente, abre espaço para o roxo e o lilás. E, olha, eu nunca incentivei essa preferência cromática, que isso fique bem claro!
Se faz birra, é dona da razão. Vira uma tirana em questão de segundos. Daí, me chama de malvada e diz que nunca mais será minha amiga. Que não vai mais brincar comigo “nunca mais, nunca mais!”. Para, meia hora depois, me chamar pra brincar de mamãe e filhinha.
Aliás, inverter os papéis é com você mesma. Adora fingir que é minha mamãe e eu sou sua filhinha. Me dá mamadeira, me faz dormir, me leva na escola. E é quando me dá bronca que eu me dou conta do quanto esse tipo de momento é marcante pra você.
Tudo nessa fase é lúdico. Aprender tem que ser lúdico. Se quero que você fixe algo na cabeça, basta que seja algo prazeroso, divertido. Aí é natural. Você vai relatar a lembrança em vários momentos, sempre me surpreendendo.
Quase toda semana, diz pra mim que não quer ir à escola. Instantaneamente, muda de ideia ao chegar e ver os coleguinhas brincando.
Falando em escola, não sei se é de lá que vêm palavras que eu, juro, não tinha no meu escasso vocabulário de três anos. Coisas como “graveto” ao invés de “pauzinho” ou “psicodélico” pra falar das cores de um pirulito. Ok, na verdade, essa última quem ensinou foi sua avó. Que também ensina você a gostar de pirulitos psicodélicos, aqueles com todas as cores do arco-íris  -- e quase todo o açúcar do universo.
Minha menininha de três anos já percebe os sentimentos dos outros. Desconfio que até entenda a gravidade de certas situações. Com os olhinhos cheios de pureza, já me perguntou várias vezes se eu estava triste. Você parece ter um sensor de emoções e tem uma ligação muito forte comigo e com seu pai, que acredita que eu e você sintonizamos, de alguma forma, nossos comportamentos. (Se estou bem, você também está. E vice-versa. Então, é bom eu estar bem sempre!).
Quando sorri, Giovana, é como se você iluminasse um caminho escuro. Passa no olhar toda a pureza, inocência e amor que só seres pequeninos assim carregam consigo. Se gargalha, magicamente contagia quem estiver ao seu redor, seja alguém da família ou até um completo estranho.
Posso perceber quando está muito feliz. Felicidade duradoura é brincar de amarelinha com a mamãe e empinar pipa com o papai. Efêmera é ganhar um brinquedo, abri-lo, explorá-lo para depois deixá-lo num canto. Alegria de verdade é estar com quem ama você – os avós, os tios, os primos, amigos. Passageira é assistir ao desenho preferido na tevê. Isso me faz entender que o melhor de tudo, realmente, não é o que temos, mas o que somos. E somos o conjunto das experiências que partilhamos com aqueles que importam pra gente. Mamãe aprende demais com você, a cada dia.
Meu amor, tudo o que escrevo é inspirado por amor e por um orgulho enorme de você. Lembre-se sempre: amor de pai e mãe é indelével e incondicional. Sei que terei orgulho de você em todas as idades.

Feliz aniversário, minha pequena,

Mamãe

Sua festinha de aniversário na escolinha - olha a Dora, Aventureira lá atrás, Gi!



Um comentário:

  1. Terá mesmo, Lili, um orgulho e um amor que só aumento com o passar do tempo. Que delícia reler seu blog!!! Escreve mais!!! Parabéns pra Gigi... Como está linda! um grande beijo pra vocês <3

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