quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Adeus, mamadas!

Gigi,
Esta semana eu parei de amamentar você. A decisão veio porque percebemos que você já não tinha mais tanto interesse em mamar no peito e, convenhamos, você foi uma bela bezerrinha e eu, uma vaquinha leitera pra ninguém botar defeito.
Desde o parto, amamentar era o nosso momento. Você, pra matar a fome e a sede. Eu, pra dar carinho, ficar maravilhada com meu novo lugar no mundo - o de mãe - e com a grandiosidade e beleza de Deus. Pois foi Ele quem me abençoou com você e sei que é Ele quem nos guia todos os dias.
Meu amor, nossa história de amamentação teve muuuitas mamadas. No começo, você acordava até duas vezes de madrugada para mamar. E eu amamentava por longos 40 minutos. Daí, fazia você arrotar e deixava você na vertical, no colo, por mais 20 minutos. Fez as contas, bebê? Sim, dá uma hora. Ou seja, nesse comecinho, mamãe ficava um caco e, apesar de amá-la demais da conta, eu não levantava muito feliz na hora em que você chorava, não...
Depois, eram de três em três horas, aproximadamente. Durante a licença-maternidade, foram muitas mamadas vendo Friends, sessão da tarde e tudo mais que passava na tevê. Daí acabou essa doce fase onde o universo se resumia a mim e você. Mamãe teve que voltar ao trabalho.
Bem, daí, entram as amadas vovós na história. Sua vó Ana preparava você mais ou menos às 16h pra outra vó, a Lucia, buscá-la e levá-la até meu trabalho. Minha mãe enfrentava trânsito e atravessava a cidade, religiosamente, só para que eu pudesse manter a amamentação. Sou eternamente grata a ela por isso (e por todo o resto que, acredite, é muita coisa!).
Aí acabou o período que a lei permite à mãe amamentar o filho no trabalho. Então, você que já estava comendo suas frutinhas e tomando suquinhos, ficou sem uma mamada. Tivemos algumas adaptações - no começo, o leite chegou a empedrar (o que era horrível demais), mas depois deu tudo certo.
Deu tudo tão certo que somente nesta semana você deixou de mamar. Pra gente, a hora da mamada era a hora da cumplicidade, de brincadeira, de contato direto, pele com pele, uma coisa somente nossa. E foi por isso que eu chorei, meu amor, e ainda choro ao escrever esse texto. Você, na verdade, nem sentiu diferença - e nem pediu pelo peito, o que me surpreendeu, me deixou com uma ponta de ciúme, mas que me deixou também segura da decisão que tomei.
Minha linda, sei que você está crescendo e, agora, o universo não é mais só eu e você, como foi por um tempo. Isso é ótimo, na verdade, porque sei que, pra mim, o universo tem muito mais, mas você sempre estará reinando absoluta no centro dele.
Com amor,
Mamãe

 
Mamando gostoso, com uns quatro meses

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Feliz Dia dos Pais, papai!

Se você pudesse, tenho certeza de que falaria assim para o papai:
- "Papai, adoro quando você me faz cócegas... Mas dá pra aparar essa barba?"
- " Papai, sabe por que eu só consigo dormir com você? Porque eu te amo muito!"
- " Papai, por que você tem que ser tão engraçado e narigudo?" (brincadeira!!!)
- "Papai, eu gosto de bola porque você ama futebol e é viciado no Fifa Soccer... Mas vou continuar sendo são-paulina no futuro, ok?"
- "Papai, você é o melhor pai do mundo! Obrigada por existir!"

Amor, feliz dia dos pais. O registro no blog está atrasado, mas fica aqui com carinho.


Andando sozinha!

Filha linda,

você está ficando cada dia mais fofa. Agora, já sabe mostrar onde é sua cabeça, a barriga (e você a-do-ra levantar a blusa e mostrar o barrigão) e os pés. Já reconhece as pessoas mais próximas pelo nome e adora brincar com seus priminhos Rafinha e João Pedro. Adora falar a palavra "bola". E, claro, adora bola!
Amo tanto, mas tanto quando você me chama de mamã... E papai é papá... Muito fofa.
No último dia 17 de julho você aprendeu a andar sozinha. Foi assim: havia mais ou menos dois meses e você já andava apoiada nos móveis ou de mãos dadas com outra pessoa. Mas tinha medo de soltar.
Sua vó Ana fez até uma simpatia pra você perder esse medo. Mas nada de funcionar.
Sua madrinha Cris e sua tia Dri viviam incentivando você a dar seus passinhos sozinha - o que funcionou com a Cris algumas vezes (sabe como é, conexão madrinha-afilhada é muito especial mesmo). Só que o medo voltava e nada de andar sozinha novamente.
Mas foi na tarde em que o João Pedro, seu priminho, resolveu brincar de fazer você pegar uma fralda que tudo aconteceu. De repente, você saiu andando, sem perceber que já não estava apoiada na fralda. Quem viu seus primeiros passos, sozinha, sua descoberta tão grande, foi a tia Cris e o João. Claro que a tia Cris chorou. Depois a vovó chegou (ela tinha ido na farmácia) e chorou também. Elas me ligaram e eu quase chorei de alegria e de vontade de ver você!
Quando te busquei (nesse dia, papai não foi buscá-la porque trabalhou até mais tarde), chorei também. Você parecia ligada no 220V! Estava feliz, nitidamente satisfeita por estar andando sozinha.
Filha, os primeiros passos na vida da gente são muito importantes. Marcam o início de um novo ciclo, o primeiro gostinho de liberdade. Para os pais, então, é um misto de orgulho, de gratidão, de felicidade, tudo junto.
Meus olhos continuam repletos de admiração pura por você. Esse amor é quase uma devoção. Porque através desse amor tudo se encaixa, tudo faz sentido, tudo é mais feliz de ser vivido. E a gente tem certeza de que um amor maior, o de Deus, está por trás de tudo, engendrando o nosso destino e guiando cada passo nosso.
Amo você,
Mamãe

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Feliz aniversário, bebê!

Há um ano, eu era outra pessoa. Completamente diferente. Coisas que, hoje, pra mim não têm mais importância, costumavam tirar meu sono. Ligava para besteiras que, agora, sei que são só besteiras. Era mais fraca, mais impaciente, menos tolerante, mais egoísta, infantil até. E daí você nasceu. A experiência da gravidez é linda, mas só se completa e traz todo o sentido que nela existe quando o bebê nasce.
Nunca vou me esquecer da madrugada do dia 21/6/2011. Da surpresa, das dores, da ansiedade, do medo, das orações, da adrenalina... Da delícia de pegar meu bebezinho pequenino, que carreguei durante tanto tempo no ventre, e perceber que tudo seria diferente dali pra frente. Da maravilha de me sentir importante, de me ver como mãe, de me dar conta da benção divina que tinha em mãos, enrolada num pano cor de mostarda, com os olhinhos fechados e o narizinho mais lindo do universo.
Filha, o tempo voou. Cada segundo e minuto é diferente quando você é mãe. Tem mais medo, fica mais cansada, reza mais, pensa mais no futuro - imediato e a longo prazo. Mas também tem mais alegria, mais felicidade verdadeira, dessas que não cabem em palavras e só são sentidas quando não há nenhum tipo de mágoa, interesse ou revolta no coração. É algo mágico, de verdade.
Agora eu entendo a minha mãe e todas as mães do mundo. Todas as mães do mundo que amam seus filhos. É tão bom fazer parte desse grupo de mulheres que se doa, evolui, e, por que não, até se anula em muitos momentos. Amor é assim, oferecido sem querer nada em troca, a não ser o bem-estar de quem se ama.
Parece tudo lindo assim, um ano depois. Mas houve momentos difíceis. Principalmente logo após seu nascimento. A vida muda demais e, como ser humano, é complicado abandonar hábitos e ter que se acostumar a uma rotina agitada. Acompanhar o ritmo de um bebezinho e cuidar dele - o tempo inteiro - é tarefa, realmente, pra quem ama. Mas, entretanto, hoje me sinto tão feliz de vê-la com suas gracinhas irresistíveis, com suas descobertas, seus primeiros passinhos, primeiros dentinhos... Olhar nos seus olhos e ver pureza, inocência, me faz acreditar no bem, na paz, em tudo o que Deus é capaz de fazer.
Obrigada por ser meu bebezinho querido. Por me ensinar tanto. E por me dar a chance de ensiná-la também. Que Deus abençoe nossas vidas e nos conceda muita saúde, paz, alegria, sempre. Amo você, feliz aniversário,
Mamãe.


sábado, 28 de abril de 2012

Gigi,
neste momento, você dorme gostoso no seu quartinho, depois de um dia cheio de brincadeiras e visita à casa da vovó com papai e mamãe reunidos. Sei que faz bastante tempo que não escrevo pra você, mas é que - como algumas mães já tinham me dito - o tempo voa e projetos fofos, como esse que é escrever pra você ler quando estiver mais velha, acabam ficando pra trás diante do desenvolvimento diário e das transformações que cada fase traz.
Você, por exemplo, me surpreendeu na segunda-feira da semana passada (aliás, não só a mim, mas ao seu papai também) com um "mamãe" completinho. Na hora, meus olhos se encheram de lágrimas e senti uma felicidade tão gostosa que não consigo colocar em palavras. Claro que eu contei pra todo mundo, com aquele orgulho nada secreto que todas as mães têm.
Tudo bem, o "mamãe" não veio de novo, mas sei que os "mamãs" que você fala são pra mim, o que me enche igualmente de orgulho. Com você, meu amorzinho, percebo o quanto as mães são primordiais na nossa vida. Não que não soubesse disso, mas é que vivendo junto com você tudo aquilo que minha mãe provavelmente viveu comigo, acabo por me dar conta de que nós somos mesmo muito importantes, seja na educação, nos hábitos, na garantia de crescimento saudável, enfim, em tudo.
Já li vários textos que dizem que o filho, nesta idade, enxerga o mundo pelos olhos da mãe. Concordo. E sei que, em determinado momento, você vai ver tudo por si própria. Com certeza, irei me surpreender quando isso acontecer, assim como me surpreendo quando você mostra que aprendeu um movimento novo, que já está prestes a andar sem se apoiar nos móveis... Pra mim, que atualmente vivo em segundo plano (no bom sentido, meu anjinho), é estranho me dar conta de que, há dez meses, você precisava de mim pra exatamente tudo. E, agora, está mais independente, mais próxima de uma criança do que de um bebê recém-nascido enroladinho no cobertor.
Hoje levei você pela primeira vez para cortar o cabelo num salão de beleza. Como eu já te disse, você nasceu bem cabeluda, e essa, definitivamente, é sua marca registrada. Claro que, nos primeiros três minutos, você ficou bem quietinha pra a cabeleireira agir. Mas depois... Bem, o que importa é que deu certo e você ficou linda!




Pra mim, você sempre será a mais linda, viu?
ps: Você acordou e chora no quarto, então, depois te escrevo mais.
Amo você,
Mamãe

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O melhor Natal

Gigi...

Quando todo  mundo me dizia que os bebês ficam uma graça aos seis meses, não imaginava que seria tão irresistível assim. Sabe, né, você, menininha, tem várias roupinhas fofas pra eu te emperequetar. E tem ganhado cada coisa linda que é quase impossível não dar um suspiro depois que eu te arrumo. (tá, tá, parei de babar!!!).
Agora queria registrar algo muito legal: este Natal foi o mais completo e lindo da minha vida. Passamos em família, em paz, com saúde, com muito amor. Natal, filha, pode ser confundido com uma data para dar presentes (e sei que você vai ansiar bastante pela data daqui pra frente), mas tem que ser encarado como um presente de Deus, um marco para reflexão, para tentarmos nos tornar melhores, para esperar por coisas melhores.
O nosso foi muito bom. São tantas transformações em mim nesses últimos meses que me sinto no direito de dizer que hoje, após seu nascimento, sou uma pessoa melhor. Mais paciente e menos impulsiva. Mais esperançosa, menos rancorosa, mais a fim de superar obstáculos com os olhos fixos em objetivos do bem, felizes. Mais certa de que a vida é constantemente movimentada por mudanças e que, muitas delas, independem de nossa vontade. Não quer dizer, de jeito nenhum, que ainda não tenha um montão de pontos pra melhorar, mas me sinto mais serena e melhor com a sua chegada.
Obrigada por isso, pequena. E que Deus nos abençoe para que todo Natal seja tão alegre, completo e em paz como foi este.
Beijo da mamãe na bochecha fofinha,
Mamãe

Como foi voltar ao trabalho

Filha querida,
enquanto você tira seu cochilo, aproveito para sentar e escrever algumas palavras. Faz tempo que não te deixo um registro, mas isso não quer dizer que mamãe se esqueceu ou nada de notável aconteceu.
Primeiro, mamãe voltou a trabalhar. Foi duro, principalmente no primeiro dia, quando deixei você com a vó Ana. É uma coisa estranha, mas mesmo sabendo que dali seis horas estaríamos juntas novamente, minha vontade era de não ir trabalhar e ficar com você. Quase um vício, mas um vício muito bom.
Ok, enxuguei as lágrimas dentro do carro mesmo e reiniciei a rotina de antes de você nascer: bater o ponto às 14h, ir até meu computador, ler os notes, tentar colocar em dia o que aconteceu durante os cinco meses anteriores. Claro que no começo fiquei perdida, mas mamãe trabalha entre amigas de verdade que a ajudaram a estar de volta plenamente. E devo confessar: meu pensamento se manteve com você durante boa parte dos primeiros dias de retorno.
Uma coisa muito boa foi poder amamentá-la até o sexto mês. E aí entrou a ajuda da sua superavó Lucia, que, gosto de repetir, mostra que é mãe até mesmo quando eu me tornei mãe. Todos os dias, religiosamente, ela saía do trabalho para pegar você na vó Ana, levar até a editora, esperar eu dar de mamar e trazer você pra casa. E fez tudo com sorriso nos lábios, sabendo que estava contribuindo para sua saúde e nossa felicidade.
Depois que você completou seis meses, fiquei bem apreensiva sobre como seria. Os primeiros dias foram um pouco dolorosos porque o peito enchia demais e estávamos pulando uma mamada. Você, espertinha, pegou mamadeira numa boa (sim, fiquei com ciúme, mas coisa rápida, passou e sei que você precisa disso). Agora essa parte parece estar entrando nos eixos também.
Filha, tenho aprendido que tudo é adaptação quando a gente se torna mãe. Cuidar de você é a melhor parte do meu dia e fico ansiosa pra voltar pra casa do trabalho. Parece que você sente isso e adora quando me vê.
Ultimamente, eu, suas avós, seus avôs, suas tias e o papai temos percebido que você está prestes a sentar sozinha. Já sabe que eu sou "mamãe" e que "papai" é aquele cara barbudo que adora morder sua barriga. Acho que só falta mesmo soltar as palavrinhas pra nos chamar, mas já sabe quando alguém nos chama assim.
Nossos amigos são muito carinhosos com você e todos a acham uma fofurinha. Em todo lugar aonde vamos, perguntam onde cortamos seu cabelo (e foi mamãe quem fez, sem querer, um corte muito fashion).
Meu amor, amo você com todo meu coração,
Mamãe