sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Ninguém me avisou...

... o quanto eu ficaria com o coração despedaçado na hora de você tomar vacina. Sério, filha, mamãe teve que segurar o choro quando a enfermeira pediu pra eu te segurar (como assim, segurar um bebezinho indefeso? não parece estranho?!?) e você, toda pequenina, toda inocente, me olhando com seus olhinhos de boneca, nem sabia a dorzinha que estava por vir.
É... Veio o choro, mas parece que doeu mais em mim do que em você. Pra minha surpresa, você chorou, sim senhorita, mas foi rápido e logo voltou a procurar novidades com os olhinhos. Eu, no entanto, senti pela primeira vez que vou precisar ser forte pra amparar, cuidar, ensinar, ajudar a suportar todos momentos difíceis, porque eles existem, né? Tá, parece besteira, foram só duas picadinhas (uma em cada perninha fofa, que dó!!!), mas para mim, sua mamãe, doeu vê-la passando dor.
Sim, porque nessa sua fase, não dá pra ter certeza absoluta de quando é dor ou fome ou qualquer outra coisa que provoque o seu choro. Então, quando eu tive a certeza de quem já sentiu a mesma coisa na pele - afinal, ninguém ama injeção - de que você estava sentido dorzinha... Mesmo sabendo que é para o seu bem, meu coração ficou em caquinhos.
Mas, graças a Deus, você está uma belezinha agora. E é bom eu ir me acostumando: mês que vem tem mais, e depois no outro, e no outro, e assim sucessivamente.
Te amo, viu, minha bonequinha.

p.s.: Final de semana passado eu e seu papai fizemos uma traquinagem: fomos ao cinema :)
Tudo bem que o filme foi fraquíssimo (só pra registrar, já que quando você ler isso o filme será supervelho, foi "Professora Sem Classe"), mas o mais engraçado foi eu ficar olhando todas as crianças do shopping e imaginar como você ficará daqui a uns aninhos. Daí, vou ter o prazer de te apresentar a vários filmes infantis legais. Um dos que eu mais amo (e você já curte as musiquinhas) é o George, o Curioso. E eu adoro essa canção do Jack Johnson, aliás, o álbum inteiro, que tem letras lindas e melodias deliciosas.



"I'll share this love I find with everyone..."

sábado, 13 de agosto de 2011

Pai, você é tão especial!


Uma das lembranças mais nítidas da presença do meu pai em minha vida foi quando ele me ensinou a andar de bicicleta. Primeiro, na verdade, eu tive que torcer pra ganhar "a" bicicleta - uma Monark rosa, dessas que vinham com uma cestinha na frente, aro 20, ideal para uma garota de 11 anos com vontade de sentir a brisa no rosto e a velocidade sob as pedaladas, mesmo que para isso precisasse sofrer alguns tombos e arranhões.
Muitos curativos nos joelhos depois, finalmente estava começando a me equilibrar em duas rodas. Lembro que dizia ao meu pai, com o coração na boca: "não me solta, não me solta agora, não estou pronta". E ele concordava em não soltar. Até o momento em que ele, com sua sábia simplicidade, deixou de amparar a bicicleta com as mãos e eu, sem perceber que andava sozinha, senti um misto de medo e emoção ao me dar conta de estar finalmente andando de bicicleta.
Verdadeiros pais, de qualquer espécie, possuem essa simplicidade inteligente, que une o ato de ensinar, amparar, entender e amar à difícil arte de tornar seus filhotes independentes, quando estes estiverem realmente prontos. É assim com o passarinho, com o leão, com o golfinho e com tantos outros animais e é por conta disso que pais são tão essenciais em nossas vidas.
O seu, minha filhota, tem se saído um papai realmente incrível. Claro que todos - o seu, o meu, o de todo mundo - comete erros às vezes, mas é o fato de saber que se pode contar com eles, em qualquer momento, durante a vida toda (e, porque não, depois dela também) que os torna tão especiais para que nos transformemos em seres humanos fortes, amorosos, batalhadores, melhores.
Adoro quando seu papai olha você com doçura e amor. Adoro quando, mesmo cansado, tem paciência para tentar fazê-la se acalmar. Adoro todas as vezes em que ele me apoia, me ajuda, me anima.
Ao meu papai (seu vovô), ao seu papai (meu amor) e ao papai do seu papai (seu outro vovô), três pessoas impressionamente lindas em suas imperfeições e perfeições, desejo um dia dos pais maravilhoso. E a todos os outros, que amam seus filhos incondicionalmente, também. Que Deus abençoe essas figuras queridas tão fundamentais em nossas vidas.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Seu primeiro passeio!

Domingo passado, dia 7/8/11, passeamos pela primeira vez com você, pequena. A pediatra liberou passeios ao ar livre, longe de aglomerações, e lá fomos nós, aproveitando que a temperatura esquentou e o sol deu as caras.
Que coisa mais gostosa! Você, como quase sempre, adormeceu assim que o carro começou a andar (nenês adoram andar de carro, deve ser por isso que tem muito pai que dá uma volta no quarteirão para o filho pegar no sono na hora de botá-los pra dormir - já pensou que dificuldade depois que eles se acostumam a isso???).
Tudo bem que você não viu nada do passeio, já que dormiu feito Bela Adormecida também na caminhadinha que fizemos ao redor do lago, sem se importar com barulho de pato, criança jogando bola, entre outros ruídos ao seu redor. Aliás, filhota, acho que já devo ir preparando o seu pai (que tem tudo pra ser bem ciumento) que você vai ser da balada. Nunca vi um bebezinho gostar tanto de barulho...


Acorda, Gigi!!!


PS: Gostosa da mamãe, hoje você deu uma risadona quando eu mordi sua perninha de brincadeira. Agora já sabe, né, mamãe não vai mais passar vontade e vai mordê-la sempre!!!! S2

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Paciência + carinho = bebê feliz

Todos os dias eu faço a mesma coisa e, ao mesmo tempo, todos os dias são diferentes pra mim com a sua chegada, minha menininha. É que todo dia tem fralda pra trocar, mamada, fazer arrotar, acalmar de coliquinha, fazer nanar, dar banho... Mas isso não significa que cada acontecimento ocorra da mesma forma, no mesmo horário, ou seja, é sempre diferente.
Tem dia, por exemplo, em que você me surpreende com um cocozinho no meio do banho (e eu caio na risada de ver sua carinha!). Ou então, quando está irritada, me coloca numa verdadeira maratona: você vai saber do que estou falando quando tiver, um dia, que trocar a fralda de um nenezinho faminto que bate desesperadamente as perninhas... nessa hora, quando tudo finalmente parece estar sob controle, um jato de xixi faz sua mãe recomeçar todo o processo, com o agravante de ter que trocar toda a sua roupinha. Ufa!
Há dias em que a tranquilidade reina: você acorda, mama, faz gracejos, olha o mundo ao seu redor com curiosidade e volta a dormir. Nesses (raros) dias, sua mamãe aproveita pra colocar algumas coisas em ordem, na medida do possível.
Mas filhota, isso não quer dizer, de jeito algum, que um dia é mais feliz do que o outro apenas com base no trabalho que se tem. Bebezinhos dão mesmo trabalho: estão aprendendo a viver essa realidade doida, onde tem frio, fome, sede, dor, soninho... Até esses dias, você tinha um cordão umbilical pra brincar, um ambiente quentinho e seguro que lhe oferecia alimento e aconchego. E eu, uma barriga muito querida que vivia acariciando.
Mas, meu amor, confesso uma coisa: é muito mais gostoso acariciar você aqui. Um dos momentos mais doces, pra mim, é buscar você no bercinho, assim que acorda. E todos os meus dias são bem diferentes do que foram antes, mas muito mais felizes :)

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

São tantas emoções...

Bebê! Neste exato momento em que escrevo esta carta, você está pendurada em mim, no seu canguruzinho. Aliás, esse negócio é uma benção pra deixar meus braços livres e, ao mesmo tempo, manter você mais calminha e na vertical (ou seja, é bom também pra quando você acaba de mamar e precisa arrotar). Mas, confesso, tem também o som do secador aqui no lap enquanto escrevo, já que você não estava tão a fim de ficar quietinha, não... Jogo sujo, né???
Pensando nessa coisa de "jogo sujo" (ninar você no canguru ao invés de ser no colinho), fiquei aqui ponderando quantas vezes já me senti culpada depois que você nasceu. Muitas. Aliás, começou antes mesmo de você nascer - na gravidez, se comia algo mais trash, vinha o sentimento de culpa (e olha que sua mãe foi toda regrada e tal). Se faltava na aula de hidroginástica, culpa. Se ia trabalhar e me estressava à toa, culpa.
Agora, então, fico me culpando se você chora e eu não sei o que é, se você chora e eu descubro depois que era uma coisa que eu ignorei, se você chora e vai no colo de outra pessoa e para de chorar... Ai... mãe deve sentir culpa assim mesmo, o tempo todo. Acho, na verdade, que comigo a coisa pega porque sou meio perfeccionista e, quando se trata de você, meu amor maior, tudo é elevado ao cubo.
Uma das cenas do cinema que mais me emocionam é do filme Ray, que conta a trajetória do músico Ray Charles. Ele cego, desde pequenino, precisa aprender a se virar e é exatamente sua mãe quem o ensina a conseguir lutar por si mesmo, sem ter pena de si e nem ter que ficar esperando a piedade dos outros. A cena em que Ray, ainda garotinho, cai diante da mãe e choraminga, esperando que ela tenha dó dele e o acuda, tira lágrimas de mim só de lembrar - a mãe do músico, apesar de ter o coração dilacerado pelo problema do filho, sabe que ele precisa aprender a se levantar sozinho e, assim, prende a respiração e faz silêncio para que ele acredite que está sozinho. Então, o garoto levanta por si só e começa a descobrir os sons ao seu redor, o que foi essencial para que ele alcançasse a superação.
Filha, mãe tem dessas. Se sente culpada e, de repente, tudo se apaga se o filho sorri. Se sente cansada, mas sempre está lá quando a criança precisa, 25h por dia. Se preocupa o tempo todo, reza o tempo todo, acredita em Deus mais do que nunca, se emociona com tudo, com todos, mas, principalmente, com seu filho.
Amo você, criança. Agora, deixa eu parar por aqui porque já estou me sentindo culpada de não te dar toda a atenção que você merece ;).

Amor de mãe é tudo que há de melhor 

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Amamentar, ato de amor

"Gigi, seu restaurante está chegando!!!". É assim que o Érico, meu marido e seu papai, filhota, tem se referido a mim quando você abre o berreiro porque a barriguinha tá vazia. Acho graça, mas nem sempre foi assim, não.
Nos primeiros dias, além de tudo ser muito novo, de não dormir direito e da recuperação do parto, as mamães precisam se tornar, elas próprias, o alimento do seus bebezinhos. É linda a ideia de que, após nove meses, aquele serzinho que saiu de dentro de você será nutrido unicamente pelo seu leite. Mas uma coisa que toda futura mamãe tem que saber é que as primeiras semanas são superdifíceis.
Pra começar, ninguém domina a arte de amamentar assim, de primeira. Na maternidade, são as enfermeiras quem ajudam o recém-nascido na pega do peito e não é de cara que se produz leite; primeiro vem o colostro, que é essencial para a imunidade do bebê, e depois de alguns dias o leite finalmente "desce".
A sensação do nenê sugar nas primeiras vezes é bem dolorida (fora que dá um medinho de não saber se vai dar certo). Eu andei "preparando o terreno" pra você antes: usei secador, tomei sol nas mamas, não passei hidratante, todas essas coisas que a gente aprende no obstetra. Mesmo assim, o bico machucou, trocou de pele, mas mamãe teve que ficar firme e forte e aguentar essas dores iniciais que tinham hora marcada pra se repetir (é que você, quando recém-nascida, não tinha muito horário pra mamar, mas geralmente era de duas em duas a três em três horas).
Todas as mães com quem eu conversei passaram por experiências parecidas, umas como eu e outras com complicações piores, que fizeram com que desistissem de amamentar ou as impossibilitaram de dar o peito para o nenê. Uma pena, porque dias depois tudo melhora bastante e aí começa uma etapa deliciosa, de curtir o nenê enquanto ele se alimenta, pegar na mãozinha dele, acariciar o rostinho, o cabelo... Dá trabalho, mas é algo tão intenso, tão íntimo entre mãe e filho que vale muito a pena. Sem falar nos benefícios que todo mundo já conhece.
Agora, filhinha, você já dá sinais de que reconhece a mamãe. Às vezes, solta um sorrisinho. Às vezes, um sorrisão largo desses de bebê de seis, sete meses (e eu choro de alegria, de verdade). E o sorriso que vem depois da mamada é um dos mais gostosos - de barriguinha cheia, é quase como se você agradecesse por mais uma refeição no "melhor restaurante do mundo".