terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O melhor Natal

Gigi...

Quando todo  mundo me dizia que os bebês ficam uma graça aos seis meses, não imaginava que seria tão irresistível assim. Sabe, né, você, menininha, tem várias roupinhas fofas pra eu te emperequetar. E tem ganhado cada coisa linda que é quase impossível não dar um suspiro depois que eu te arrumo. (tá, tá, parei de babar!!!).
Agora queria registrar algo muito legal: este Natal foi o mais completo e lindo da minha vida. Passamos em família, em paz, com saúde, com muito amor. Natal, filha, pode ser confundido com uma data para dar presentes (e sei que você vai ansiar bastante pela data daqui pra frente), mas tem que ser encarado como um presente de Deus, um marco para reflexão, para tentarmos nos tornar melhores, para esperar por coisas melhores.
O nosso foi muito bom. São tantas transformações em mim nesses últimos meses que me sinto no direito de dizer que hoje, após seu nascimento, sou uma pessoa melhor. Mais paciente e menos impulsiva. Mais esperançosa, menos rancorosa, mais a fim de superar obstáculos com os olhos fixos em objetivos do bem, felizes. Mais certa de que a vida é constantemente movimentada por mudanças e que, muitas delas, independem de nossa vontade. Não quer dizer, de jeito nenhum, que ainda não tenha um montão de pontos pra melhorar, mas me sinto mais serena e melhor com a sua chegada.
Obrigada por isso, pequena. E que Deus nos abençoe para que todo Natal seja tão alegre, completo e em paz como foi este.
Beijo da mamãe na bochecha fofinha,
Mamãe

Como foi voltar ao trabalho

Filha querida,
enquanto você tira seu cochilo, aproveito para sentar e escrever algumas palavras. Faz tempo que não te deixo um registro, mas isso não quer dizer que mamãe se esqueceu ou nada de notável aconteceu.
Primeiro, mamãe voltou a trabalhar. Foi duro, principalmente no primeiro dia, quando deixei você com a vó Ana. É uma coisa estranha, mas mesmo sabendo que dali seis horas estaríamos juntas novamente, minha vontade era de não ir trabalhar e ficar com você. Quase um vício, mas um vício muito bom.
Ok, enxuguei as lágrimas dentro do carro mesmo e reiniciei a rotina de antes de você nascer: bater o ponto às 14h, ir até meu computador, ler os notes, tentar colocar em dia o que aconteceu durante os cinco meses anteriores. Claro que no começo fiquei perdida, mas mamãe trabalha entre amigas de verdade que a ajudaram a estar de volta plenamente. E devo confessar: meu pensamento se manteve com você durante boa parte dos primeiros dias de retorno.
Uma coisa muito boa foi poder amamentá-la até o sexto mês. E aí entrou a ajuda da sua superavó Lucia, que, gosto de repetir, mostra que é mãe até mesmo quando eu me tornei mãe. Todos os dias, religiosamente, ela saía do trabalho para pegar você na vó Ana, levar até a editora, esperar eu dar de mamar e trazer você pra casa. E fez tudo com sorriso nos lábios, sabendo que estava contribuindo para sua saúde e nossa felicidade.
Depois que você completou seis meses, fiquei bem apreensiva sobre como seria. Os primeiros dias foram um pouco dolorosos porque o peito enchia demais e estávamos pulando uma mamada. Você, espertinha, pegou mamadeira numa boa (sim, fiquei com ciúme, mas coisa rápida, passou e sei que você precisa disso). Agora essa parte parece estar entrando nos eixos também.
Filha, tenho aprendido que tudo é adaptação quando a gente se torna mãe. Cuidar de você é a melhor parte do meu dia e fico ansiosa pra voltar pra casa do trabalho. Parece que você sente isso e adora quando me vê.
Ultimamente, eu, suas avós, seus avôs, suas tias e o papai temos percebido que você está prestes a sentar sozinha. Já sabe que eu sou "mamãe" e que "papai" é aquele cara barbudo que adora morder sua barriga. Acho que só falta mesmo soltar as palavrinhas pra nos chamar, mas já sabe quando alguém nos chama assim.
Nossos amigos são muito carinhosos com você e todos a acham uma fofurinha. Em todo lugar aonde vamos, perguntam onde cortamos seu cabelo (e foi mamãe quem fez, sem querer, um corte muito fashion).
Meu amor, amo você com todo meu coração,
Mamãe