quarta-feira, 3 de agosto de 2011

São tantas emoções...

Bebê! Neste exato momento em que escrevo esta carta, você está pendurada em mim, no seu canguruzinho. Aliás, esse negócio é uma benção pra deixar meus braços livres e, ao mesmo tempo, manter você mais calminha e na vertical (ou seja, é bom também pra quando você acaba de mamar e precisa arrotar). Mas, confesso, tem também o som do secador aqui no lap enquanto escrevo, já que você não estava tão a fim de ficar quietinha, não... Jogo sujo, né???
Pensando nessa coisa de "jogo sujo" (ninar você no canguru ao invés de ser no colinho), fiquei aqui ponderando quantas vezes já me senti culpada depois que você nasceu. Muitas. Aliás, começou antes mesmo de você nascer - na gravidez, se comia algo mais trash, vinha o sentimento de culpa (e olha que sua mãe foi toda regrada e tal). Se faltava na aula de hidroginástica, culpa. Se ia trabalhar e me estressava à toa, culpa.
Agora, então, fico me culpando se você chora e eu não sei o que é, se você chora e eu descubro depois que era uma coisa que eu ignorei, se você chora e vai no colo de outra pessoa e para de chorar... Ai... mãe deve sentir culpa assim mesmo, o tempo todo. Acho, na verdade, que comigo a coisa pega porque sou meio perfeccionista e, quando se trata de você, meu amor maior, tudo é elevado ao cubo.
Uma das cenas do cinema que mais me emocionam é do filme Ray, que conta a trajetória do músico Ray Charles. Ele cego, desde pequenino, precisa aprender a se virar e é exatamente sua mãe quem o ensina a conseguir lutar por si mesmo, sem ter pena de si e nem ter que ficar esperando a piedade dos outros. A cena em que Ray, ainda garotinho, cai diante da mãe e choraminga, esperando que ela tenha dó dele e o acuda, tira lágrimas de mim só de lembrar - a mãe do músico, apesar de ter o coração dilacerado pelo problema do filho, sabe que ele precisa aprender a se levantar sozinho e, assim, prende a respiração e faz silêncio para que ele acredite que está sozinho. Então, o garoto levanta por si só e começa a descobrir os sons ao seu redor, o que foi essencial para que ele alcançasse a superação.
Filha, mãe tem dessas. Se sente culpada e, de repente, tudo se apaga se o filho sorri. Se sente cansada, mas sempre está lá quando a criança precisa, 25h por dia. Se preocupa o tempo todo, reza o tempo todo, acredita em Deus mais do que nunca, se emociona com tudo, com todos, mas, principalmente, com seu filho.
Amo você, criança. Agora, deixa eu parar por aqui porque já estou me sentindo culpada de não te dar toda a atenção que você merece ;).

Amor de mãe é tudo que há de melhor 

2 comentários:

  1. Ahhhh, que lindo! To lendo tudinho, sempre. óh, pode deixar, vou fazer seu porta-joia. Exatamente hoje, a Carol comprou esse! rs. Senão já te entregava. Beijo, já com saudade das duas meninas da casa aí! Beijos!

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  2. Me emocionei muito!!!!
    Vc é uma mãe maravilhosa...tomara que o Papai do Céu me dê um pouquinho disso...
    bjs
    Loira

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